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[A EXPANDIR] O que judeus tradicionais disseram sobre Jesus?

Este texto está sujeito a ser aumentado várias vezes, pois é nada mais que um esboço de declarações de judeus tradicionais a respeito de Jesus, o Cristianismo, o Novo Testamento e o "Judaísmo Messiânico" que eu vá vendo em livros, sites ou vídeos do youtube. Os critérios são:

1- Serem declarações de judeus TRADICIONAIS (ortodoxos, ultraortodoxos, neo-ortodoxos, conservadores, liberais ou reformistas);

2- Serem textos de fonte segura (livros confiáveis/ acadêmicos, vídeos de rabinos etc., mas não qualquer blogue ou site Yaohushua)

3- Serem de preferência textos em português (critério não absoluto);

4- Preenchidos os critérios anteriores, não interessa a posição ideológica do autor.

IMPORTÂNCIA DESTE TRABALHO: Sabe-se pouco no Brasil sobre a visão judaica tradicional de Jesus, o Cristianismo, o NT e os messiânicos, então estou divulgando informação condensada.

PROCEDIMENTO:  Citação, Autor, Ano de Edição, Editora e Página.

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PRÉ-MEDIEVAIS



MEDIEVAIS

Depois disso surgiu uma nova seita que se fortaleceu nas suas ideias e amargurou nossas vidas, combinando as táticas dos dois grupos: força bruta e persuasão. Acreditavam que este método seria mais eficaz para destruir o nome desta nação de outra forma, com um propósito escuso. Portanto, conceberam um plano para reivindicar a profecia e estabelecer uma nova religião, contrária à nossa Torá concedida por D'us. Declararam publicamente que ambas as revelações foram dadas por D'us. Pretendiam levantar dúvidas e espalhar confusão em nossos corações. A nova religião dizia acreditar no mesmo D'us mas que eles seriam os receptores de uma nova série de preceitos. Com isto tinham esperança de destruir a nossa Torá.

O primeiro a imaginar este plano foi Jesus de Nazaré. Ele era judeu, porque sua mãe era judia, não obstante seu pai ser gentio. Nossa lei declara que uma criança nascida de uma mulher judia e pai gentio ou escravo, é uma criança judia. (...)¹ Levou as pessoas a acreditar que ele foi enviado por Hashem para explicar as passagens complicadas da Torá e que era o Messias que foi previsto por todos os profetas.

Ele interpretou a Torá de maneira a abolir toda a Torá e seus preceitos e sancionar todos os preceitos proibitivos. (...)¹.

Muito tempo depois, os descendentes de Esaú criaram uma religião e disseram que era desta origem. Ele não estabeleceu uma nova fé, e, na realidade, não causou nenhum dano a Israel, porque nem a comunidade como um todo, nem indivíduos foram abalados em sua fé por causa dele. (...)¹

MAIMÔNIDES, Moisés. A Epístola do Iêmen. 1998. Maayanot. pp.9-10

Eu não acredito que o homem que apareceu no seu país tenha alguma dessas qualificações. Os povos erroneamente atribuem grandes milagres ao otó ha'ish -- "aquele homem" (o fundador da sua religião), tal como ressuscitar os mortos. Mesmo se concedêssemos isto como um ponto para a discussão, não teriam sucesso em nos convencer com a sua pretensão, de que aquele homem é o Messias. Podemos mostrar no Tanach mil provas de que ele não é, mesmo sob o ponto de vista deles...¹ 

MAIMÔNIDES, Moisés. A Epístola do Iêmen. 1998. Maayanot. p. 53

במה דברים אמורים, בגוי.  אבל מוסרי ישראל, והמינים, והאפיקורוסין--מצוה לאבדן ביד, ולהורידן עד באר שחת:  מפני שהן מצירין לישראל, ומסירין את העם מאחרי ה', כישוע הנוצרי ותלמידיו, וצדוק ובייתוס ותלמידיהם--"שם רשעים, ירקב" (משלי י,ז).

A que se refere o que foi dito acima [sobre não fazer aliança com idólatras]? Com gentios. No que se refere a delatores judeus, hereges e descrentes, é uma mitzvá destruí-los à mão, e fazê-los descer ao poço da destruição, pois trazem aflição a Israel e afastam o povo de servirem ao Senhor, como Jesus Nazareno e seus discípulos, e Sadoc e Baitus e seus discípulos, que o nome dos perversos seja deteriorado (Pv 10, 7).

Maimônides, Mishnê Torá, Leis de Avodá Zará, 10, 2, versão não censurada². A tradução é minha.
מחטיאי הרבים:  אחד שהחטיא בדבר גדול, כירובעם וצדוק ובייתוס; ואחד שהחטיא בדבר קל, אפילו לבטל מצות עשה.  ואחד האונס אחרים עד שיחטאו כמנשה, שהיה הורג ישראל עד שיעבדו עבודה זרה; או שהטעה אחרים והדיחם כישוע.

Quanto aos que fazem as massas pecarem [não tendo lugar no Mundo Vindouro] : quer pequem em coisas grandes, como Jeroboão, Sadoc e Baitus, quer pequem em coisa leve, como até mesmo quem anule um mandamento positivo, e o que obriga a outros que pequem, como Manassés, que ameaçava os judeus de morte até que idolatrassem, ou que fez com que os outros errassem e se desviassem, como Ieshua.  

Maimônides, Mishnê Torá, Leis de Teshuvá, 3, 18 [9, em outras versões]. Versão não censurada. A tradução é minha³.


If he did not succeed to this degree or was killed, he surely is not the redeemer promised by the Torah. Rather, he should be considered as all the other proper and complete kings of the Davidic dynasty who died. God caused him to arise only to test the many, as Daniel 11:35 states: 'And some of the wise men will stumble, to try them, to refine, and to clarify until the appointed time, because the set time is in the future.'

Jesus of Nazareth who aspired to be the Mashiach and was executed by the court was also alluded to in Daniel's prophecies, as ibid. 11:14 states: 'The vulgar among your people shall exalt themselves in an attempt to fulfill the vision, but they shall stumble.'
Can there be a greater stumbling block than Christianity? All the prophets spoke of Mashiach as the redeemer of Israel and their savior who would gather their dispersed and strengthen their observance of the mitzvot. In contrast, Christianity caused the Jews to be slain by the sword, their remnants to be scattered and humbled, the Torah to be altered, and the majority of the world to err and serve a god other than the Lord.

Nevertheless, the intent of the Creator of the world is not within the power of man to comprehend, for His ways are not our ways, nor are His thoughts, our thoughts. Ultimately, all the deeds of Jesus of Nazareth and that Ishmaelite who arose after him will only serve to prepare the way for Mashiach's coming and the improvement of the entire world, motivating the nations to serve God together as Tzephaniah 3:9 states: 'I will transform the peoples to a purer language that they all will call upon the name of God and serve Him with one purpose.'


Maimônides, Mishnê Torá, Leis de Reis e Guerras, 11, 4. TRADUÇÃO EM BREVE. Disponível em https://www.chabad.org/library/article_cdo/aid/1188356/jewish/Melachim-uMilchamot-Chapter-11.htm

CONTEMPORÂNEOS:

O que é realmente significante aqui, para ser exato, é que os reconstrucionistas não adotaram outra religião em lugar do judaísmo, ou, como os primitivos cristãos, criaram outra religião. Quanto àquelas poucas pessoas que, havendo aceitado ou mesmo solicitado o batismo, continuam a asseverar que são judias, e sob esse disfarce tentam conquistar judeus fiéis para a sua religião, não devemos hesitar em classificá-las não apenas como não mais judeus, mas também como inimigos ativos de Israel, merecedores de nossa incessante oposição e desprezo.

ASHERI, Michael. O Judaísmo Vivo - As tradições e as leis dos judeus praticantes. 1995. Imago. p. 35

Qualquer exame da pretensa dívida que o cristianismo tem com o judaísmo estaria fora de lugar neste livro. Na opinião de um bom número de estudiosos, não poucos deles gentios, ela pode ser resumida na frase mordaz de Israel Zangwill: "Raspe-se um cristão e encontra-se um pagão... estragado." O judaísmo não deve nada ao cristianismo, muito obviamente, mas não é tão óbvio o fato de o cristianismo não dever quase nada ao judaísmo. As duas religiões têm pouco, se é que têm alguma coisa, em comum.

Com frequência, não-judeus perguntam a judeus: "Qual é a atitude judaica com relação a Jesus?" A resposta honesta a essa pergunta é: "Atitude judaica para com Jesus é exatamente a mesma que a atitude cristã para com Maomé." Esta é uma resposta precisa e um paralelo válido. Maomé apareceu quando o cristianismo já estava com diversos séculos de existência e afirmou ser o último dos profetas. Ele reconheceu tanto a Bíblia quanto o Novo Testamento como santos. Contudo, alegou que sua revelação era a verdadeira e final, suplantando tudo o que havia acontecido antes. Isto é quase o mesmo que Jesus fez, ou pelo menos o que seus seguidores fizeram. Reconheceram a Bíblia, chamaram os profetas e a figuras da Torá de portadores da verdade, mas terminaram dizendo que sua revelação tornava as leis da Torá letra morta, porque a aceitação de Jesus tomava seu lugar. As declarações dos cristãos culminaram na doutrina de que Jesus era Deus encarnado, afirmação que ninguém jamais fez a respeito de Maomé.

Quanto à importância relativa das duas religiões, é seguramente relatado que o Islã conquista mais convertidos a cada ano do que todas as religiões do mundo juntas, inclusive todas as seitas cristãs. Apesar disso, e apesar do reconhecimento de Jesus como um santo profeta pelo Islã, a maioria dos cristãos ficaria em posição difícil se tivesse que dizer em que ano ou até mesmo em que século nasceu Maomé. Essa atitude, com modificações no grau de conhecimento, descreve a visão que os judeus têm de Jesus. A ideia disseminada de que os judeus, embora rejeitando a reivindicação de Jesus à divindade, consideram-no um grande mestre e uma grande figura moral é completamente falsa. Não aceitamos suas reivindicações e somos indiferentes a seus ensinamentos; simplesmente não estamos interessados nele ou no que disse, assim como os cristãos não estão interessados em Maomé.

Quanto ao Novo Testamento, os judeus que se deram o trabalho de lê-lo descobriram estar em desacordo com grande parte do que ele contém. Quando lemos no Evangelho segundo São Mateus, 8, 21-22: "E outro de seus discípulos lhe disse: 'Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar meu pai.' e Jesus, porém, disse-lhe: 'Segue-me, e deixa que os mortos sepultem os seus mortos'", mal sabemos que lição extrair disso. A ideia de que é possível a um homem salvar sua alma deixando insepulto o corpo de seu pai é algo que a mente judaica é incapaz de aceitar. Dizer que o fim, neste caso a salvação da alma, justifica os meios provoca a resposta judaica de que um fim que emprega esses meios não é um fim que nos interesse.

Pouco sentido há em ir além nas doutrinas contidas no Novo Testamento, exceto para dizer que elas explicam, em grande parte, a assinalada falta de sucesso que os cristãos experimentaram em converter os judeus à sua religião. Na realidade, o paganismo dos gregos, em sua época, fez maiores incursões em Israel do que o cristianismo jamais foi capaz de fazer.

ASHERI, Michael. O Judaísmo Vivo - As tradições e as leis dos judeus praticantes. 1995. Imago. pp. 283-4.

Os judeus ortodoxos incluem os missionários entre os inimigos dos judeus? Certamente incluímos, e nenhuma organização engajada em atividade missionária junto aos judeus pode receber apoio ou simpatia de nossa parte. Eles são inimigos dos judeus no sentido mais fundamental, pois negam a nossa razão de existir. Apesar de todos os protestos de "ecumenismo", certos clérigos continuam a fazer tentativas de afastar-nos de nossos filhos, e a nós, do Deus de nossos pais.

ASHERI, Michael. O Judaísmo Vivo - As tradições e as leis dos judeus praticantes. 1995. Imago. p. 290.

Uma das leis fundamentais do Estado de Israel é a Lei do Retorno, pela qual qualquer judeu que resida na Terra pode reivindicar a cidadania israelense. Em 18 de março de 1979, a Suprema Corte do Estado de Israel estabeleceu jurisprudência no caso de uma integrante do movimento Judeus por Jesus, no sentido de que, como ela se convertera ao cristianismo, não podia mais ser considerada judia e, por conseguinte, não era qualificada para a cidadania israelense pela Lei do Retorno, apesar de ter nascido judia.

ASHERI, Michael. O Judaísmo Vivo - As tradições e as leis dos judeus praticantes. 1995. Imago. p. 271.

* * *

"E ali servirás a outros deuses, ao pau e à pedra." -- Uma referência ao fato de que, no decorrer de seu longo exílio, o judeu estará sujeito ao deus de madeira - a cruz - queimado na fogueira com conversões forçadas, e ao deus de pedra de Meca e Medina. 

DUBOV, Nissan Dovid. As Perguntas Mais Frequentos do Judaísmo. 2014. Editora Chabad. p. 33

***

Nos tempos modernos, três pensadores judeus europeus, ambos ativos no diálogo inter-religioso, refletiram sobre o assunto. Franz Rosenzweig argumentou que a verdade podia existir de duas formas, no judaísmo e no cristianismo. Em 1913, após seus primos próximos, Hans e Rudolph Ehrenberg, e seu amigo Eugen Rosenstock terem se convertido ao cristianismo, ele também se deparou com a decisão de ser ou não batizado. Antes de dar esse passo, estudou o judaísmo e participou dos serviços dos Dias Sagrados. Decidiu então permanecer judeu e escvreveu ao primo Rudolf, explicando sua decisão: "Concordamos com o significado de Cristo e de sua Igreja no mundo: ninguém vai ao Pai a não ser por meio dele. Ninguém vai ao Pai -- mas é diferente se a pessoa não precisa ir ao Pai porque já está com Ele."

A famosa resposta de Rosenzweig a João 14:6 ("Ninguém vem ao pai senão por mim") introduz uma questão crucial para os judeus em diálogo com com os cristãos em particular e com outras fés em geral. Os judeus esperam que os cristãos vejam o judaísmo como uma religião válida em seus próprios termos e que reflitam sobre a notável sobrevivência do povo judeu e a vitalidade do judaísmo há mais de dois mil anos. Mas as questões também devem ser consideradas do lado oposto. Por exemplo, qual foi o propósito por trás da invenção do cristianismo? Qual é o significado do fato de que dois bilhões de cristãos leiam a Bíblia judaica? Será que o fato de Jesus ser judeu tem alguma implicação para os judeus? É sabido que nós judeus temos orgulho de figuras como Abraão, Moisés, Hilel, Rashi, Maimônides e assim po9r diante; contudo, o judeu mais famoso de Israel, Jesus, costuma ser ignorado. Atualmente, em um clima bem mais livre no que concerne às relações judaico-cristãs, será que não é hora de haver maior interesse judaico no Jesus judeu?
 
KESSLER, Edward. Em que acreditam os judeus? 2010. Civilização Brasileira. pp. 133- 4




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¹ A supressão está no livro, não é nossa. Provavelmente se trata de texto censurado na idade média para maior segurança dos judeus.

² Disponível em https://www.mechon-mamre.org/i/1410.htm . Acesso em 21 de maio de 2018. Muitas versões do Mishnê Torá censuraram as três vezes em que Maimônides cita diretamente Jesus o Nazareno (em hebraico, no original, Ieshua haNotzri). O motivo da censura é óbvio: proteger os judeus da reação cristã.

³ Disponível em https://www.mechon-mamre.org/i/1503.htm . Acesso em 21 de maio de 2018. Ver nota anterior. No contexto, o Rambam está enumerando as pessoas que não têm lugar no Mundo Vindouro. Entre elas, estão os que fazem com que outros pequem.

⁴ Deuteronômio 4, 28

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