PRÓXIMA COMEMORAÇÃO: פסח – PÊSSAH (“Páscoa”, "Passagem")
a) O que comemora:
Comemora a saída (c. 1290 a.e.c.)
do povo hebreu do Egito, onde esteve cativo por 210 anos. Originalmente, de
acordo com certos estudos¹, já existia na mesma época a festa pagã da primavera
(Pêssah sempre cai na primavera, aviv, em hebraico), pelo que Deus lhe
deu um novo significado, para afastar o povo do paganismo. É uma festa de
liberdade, tempo de contar às crianças a história da escravidão no Egito e dos
milagres de Deus que de lá nos tiraram. Apesar de ser o nome popular na celebração,
Pêssah é, na verdade, uma referência ao sacrifício do “cordeiro pascal”,
que se fazia no 14 de Nissan. Pêssah significa “passar por cima”,
referência ao anjo da morte, que passou por cima das casas israelitas para não
matar os primogênitos hebreus, na última das famosas dez pragas do Egito. O nome do festival de sete dias é Hag
hamassot (festa dos ázimos). A festa, que era uma das três em que os
judeus subiam a Jerusalém com sacrifícios, é conhecida como “zemán herutênu”
(época de nossa liberdade). A liberdade é um dos maiores ideais da Torá.
b) Datas:
22 de abril (sexta-feira)-
Véspera de Pêssah (14 de Nissan)
23 de Abril (sábado) - Pêssah
(15)
24 de Abril (domingo) - Hol
hamo`êd 1, 1º dia do `ômer (16)
25 de Abril (segunda-feira) – H.
ham. 2, 2º dia do `ômer (17)
26 de Abril (terça-feira) – H. ham. 3, 3º dia do `ômer (18)
27 de Abril (quarta-feira) – H.
ham. 4, 4º dia do `ômer (19)
28 de Abril (quinta-feira) – H.
ham. 5, 5º dia do `ômer (20)
29 de Abril (sexta-feira) –
Sétimo dia de Pêssah, 6º dia do `ômer (21)
c) Misvot (Preceitos)
Da Torá escrita: 33, dos quais 6
POSITIVOS (marcados com *) são sempre aplicáveis:
M. 159* – Descansar no primeiro
dia de Pêssah
P. 323 – Não trabalhar no
primeiro dia de Pêssah.
M. 160* – Descansar no sétimo dia
de Pêssah.
P. 324 – Não trabalhar no sétimo
dia de Pêssah.
P. 199 – Não comer hamêss
depois da metade do 14º dia de Nissan.
M. 156* – Erradicar o hamêss
na véspera de Pêssah.
P. 200 – Não pode ser visto hamêss
em nossas moradias durante Pêssah.
P. 201 – Não possuir hamêss
durante Pêssah.
M. 158* – Comer massá (pão
ázimo) na noite do décimo quinto dia de Nissan.
M. 157* – Narrar o êxodo do
Egito.
M. 161* – Contar o `ômer.
M. 43 – O Qorbán mussaf
(sacrifício adicional) de Pêssah.
M. 55 – Fazer o abate ritual do
qorbán (sacrifício de) pêssah.
P. 115 – Não fazer o abate ritual
do qorbán (sacrifício de) pêssah enquanto tivermos hamêss
em nosso poder.
P. 116 – Não deixar as partes do
qorbán (sacrifício de) pêssah de um dia para o outro.
M. 57 – Fazer o abate ritual do
qorbán (sacrifício de) pêssah cheni.
M. 56 – Comer o qorbán
(sacrifício de) pêssah.
M. 58 – Comer o qorbán
(sacrifício de) pêssah cheni.
P. 125 – Não comer o qorbán
(sacrifício de) pêssah cozido ou cru.
P. 123 – Não retirar o qorbán
(sacrifício de) pêssah do lugar onde ele é comido.
P. 128 – Não permitir que um
israelita apóstata coma do qorbán (sacrifício de) pêssah.
P. 126 – Não permitir que um guer
tocháv coma do qorbán (sacrifício de) pêssah.
P. 127 – Uma pessoa incircuncisa
não deve comer do qorbán (sacrifício de) pêssah.
P. 121 – Não quebrar nenhum osso
do qorbán (sacrifício de) pêssah.
P. 122 – Não quebrar nenhum osso
do qorbán (sacrifício de) pêssah cheni.
P. 117 – Não deixar nenhuma parte
da carne da oferenda de Pêssah até a manhã seguinte.
P. 119 – Não deixar sobrar carne
do qorbán (sacrifício de) pêssah cheni até a manhã seguinte.
P. 118 – Não deixar sobrar carne
do qorbán haguigá do 14 de Nissan até o terceiro dia.
M. 53 – Comparecer diante de Deus
durante as festas.
M. 52 – As três peregrinações
anuais.
M. 54 – Alegrar-se nas festas.
P. 156 – Não comparecer ao
santuário numa festa sem um sacrifício.
P. 229 – Não abandonar os levitas
durante as festas.
d) Práticas
• Por mandamento da Torá, como
visto acima, o hamêss (alimentos fermentados feitos de trigo,
farro, cevada ou espelta) deve ser erradicado das casas israelitas antes da
festa de Pêssah. Hamêss não equivale a “alimentos com
fermento químico”, e sim a alimentos feitos a partir dos cereais citados acima
e cuja farinha entrou em contato com água, iniciando um processo de
fermentação. Devem-se comprar massot apropriadas, o que atualmente se
pode fazer via internet. Não é seguro fazer o próprio pão ázimo, pois a farinha
comum pode ser hamêss. Tradicionalmente, faz-se uma busca na
noite do dia anterior à véspera de Pêssah, chamada bediqat (busca de) hamêss.
Os alimentos hamêss encontrados são então queimados na manhã
seguinte, no ritual chamado bi`ur (queima do) hamêss.
• O jejum dos primogênitos, feito
durante o dia na véspera de Pêssah (14 de nissan) NÃO É OBRIGATÓRIO, é
apenas costume. Os primogênitos costumam jejuar para lembrar-se de que
escaparam do morticínio que alcançou os primogênitos egípcios.
• Deve-se relatar aos filhos (ou
na falta desses, a quaisquer pessoas) a saída do Egito e outras histórias
relacionadas, da melhor forma possível, na noite de 14 de nissan. Para
padronizar esse relato, os sábios criaram um livro chamado Hagadá (narração). A
Hagadá é lida durante um ritual cheio de alimentos simbólicos, cada qual é
explicado à medida que se lê. Uma edição
tradicional da Hagadá, realizada por Sha'ul Bensiion pode ser encontrada no site do Qol HaTorá.
• O primeiro e o sétimo dias da
festa são, por mandamento explícito da Torá, “dias santos” (“iamim tovim”), uma
espécie de sábado secundário em que não devem ser realizados certos tipos de
trabalhos. Na diáspora, acrescenta-se um dia extra como “iom tov”. Os “dias
santos”, portanto, fora de Israel, são, em 2016: 23, 24, 29 e 30 de abril.
e) Saudação
חג
פסח שׂמח! (Hag Pêssah samêah) – Feliz festa de Pêssah!
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¹ http://www.jewishencyclopedia.com/articles/11933-passover
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